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Foto: Reprodução \ Instagram. |
O pastor Peter Amicuchi, da Igreja Batista da Lagoinha (sede), está de cara nova e não é de hoje. O líder espiritual passou a mudar a forma de se apresentar em sua conta oficial no Instagram. Mas, engana-se quem pensa que essa é uma estratégia de marketing. Na verdade, ele está de fato sendo quem é de verdade. Em entrevista ao Blog Mix Gospel, ele contou que já tentou ser um pastor “padrão”, dentro do que se entende de perfil pastoral, mas que agora se sente livre para expressar sua personalidade.
Confira a entrevista.
É visível sua mudança de abordagem nas redes sociais. Qual o propósito dessa nova estratégia?
Não foi algo proposital. Fui me descobrindo no processo, minha identidade em Cristo Jesus e percebi que usava minha dor para parecer alguém que eu não era.
“E há somente um Deus e Pai de todos, que é o Senhor de todos, que age por meio de todos e está em todos.” Efésios 4:6 NTLH
Usei muitos anos a rejeição que sofri na infância para potencializar o meu potencial. E hoje, em Cristo e sendo curado todos os dias, entendo a paternidade e a aceitação de Cristo para comigo.
“Todos aqueles que o Pai me dá virão a mim; e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a mim.” João 6:37 NTLH
Após me entender, eu também passei a entender mais o público que eu alcanço ou quero ainda alcançar. Não quero apenas que minha rede social seja voltada para um público, mas quero alcançar a todos e para isso preciso desconstruir uma imagem que nunca foi minha, mas sempre foi da minha dor e de um sistema, por acreditar que sendo “igual” seria mais interessante.
Estou numa fase de ajudar a mim mesmo e ao público cristão e não cristão, onde existe um Pai soberano que nunca nos rejeita, além de entender que precisamos chegar mais longe do que aqueles que já tocamos com nossas mensagens, vídeos e conteúdo, sem necessariamente dizermos que somos cristãos, mas sim pelo nosso testemunho. Ou seja a roupa, o estilo não devem ser o mais importante, mas sim, o nosso testemunho.
Há um certo padrão no perfil de comportamento de líderes espirituais no que tange às redes sociais. Como tem sido quebrar esse padrão?
Como disse, não é algo premeditado. Tem sido natural. Eu não estava sendo eu, por querer exatamente me padronizar e perder a identidade que Cristo me deu como filho. Com isso, tenho descoberto que isso mais afasta as pessoas do que as atrai.
A identificação com meu público é um ponto fundamental pra mim. E modéstia a parte, essa padronização me incomoda um pouco, embora eu não julgue quem ama seguir os padrões. Eu escondi minhas dores, dificuldades para ser o pastor “super santo” o que na verdade era pra ser “super aceito”.
Em contrapartida, é um desafio “quebrar” esses padrões, porque existe uma reprovação da comunidade em si e até desses próprios líderes, por não entenderem que a raiz da verdade, ela dá mais fruto do que a da mentira.
Porém, um pró desse comportamento é não se alienar a somente uma comunidade, mas atingir a todos. E dessa maneira, consigo fazer com que o Evangelho chegue através da minha imagem e conduta para aqueles que ainda não conhecem o Evangelho e a Jesus.
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Foto: Reprodução / Instagram. |
Que efeitos você tem sentido após essa nova abordagem nas redes sociais?
As opiniões e efeitos se dividem. Mas compreendo que é isso. Ganhar, perder e tentar novamente! “Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre.” Romanos 12:12 NTLH.
O importante é o respeito que devemos ter com todas as decisões. E como pastor que fui, de um time gigante, eu inspiro muito as ovelhas a serem sempre autênticas e a assumirem sua identidade.
Por muitos anos criamos ovelhas fakes e os maiores culpados somos nós, líderes que castram a identidade e autenticidade do nosso rebanho. Eu não, eu inspiro e valorizo as pessoas como elas são ou gostariam de ser e vestir dentro da vontade de Deus para elas.
O importante é conseguir levar o conteúdo ao público, e conseguir me identificar com esse público. E claro, as pessoas se sentem livres e leves para seguir como de fato elas são, e moldadas por Deus, não por mim! Seja tatuada ou não, de terno ou não! O que prega não é sua roupa, mas seu coração, boca e testemunho!
Como sua igreja tem apoiado você nessa nova fase?
Minha igreja é indiferente às minhas mudanças. Acredito que ela entende bem o meu público, me apoia dando espaço e me discipulando.
Aqui (na igreja) temos a liberdade de nos vestirmos como queremos dentro de cada realidade. Claro, com moderação.
Mas ela não interfere. Mesmo porque a Lagoinha é muito “eclética”, do pentecostal ao reformado. O importante é o respeito a todos e suas comunidades e cultos.
Siga o pastor Peter Amicuchi no Instagram
https://www.instagram.com/peteramicuchi/
Entrevista realizada por Karlos Aires